Um colega meu tinha no monitor do seu posto de trabalho um saquinho de terra pendurado. Uma vez, ao chegar junto da sua secretária, saí-me com esta: a terra a quem a trabalha e as batatas a quem as come. A frase pegou, e durante os anos que convivemos lá vinha ela antes do aperto de mão. Aquele saco fora produto numa campanha de marketing para um projecto imobiliário mas, para mim, continha uma carga simbólica mais abrangente.
Nos tempos que correm, não sei qual a importância da terra na vida dos homens. Por cá, ela muda de mãos por escritura – desconhece-se a escritura original do primeiro (legítimo?) proprietário -, deixando mais cheias as mãos que a vendem.
O dinheiro multiplica-se, muda de sítio e não tem nome. A terra, não. Ela não é de quem a trabalha é de quem a vende.
O Brasil é um saco de terra bem maior mas, mesmo assim, parece que não chega para os que lá nasceram. Há quem lute por um pedaço de terra para viver e quem o faça para sobreviver. Há quem lute por um bocado de pão e quem o faça pela razão. O movimento dos “sem terra” (MST) é a semente duma nova consciência. Não se trata de lutar pela posse mas sim pelo direito de a trabalhar e dela obter o sustento. “ Se o campo não planta a cidade não janta” pode ler-se numa faixa vermelha. Nós, os da cidade, estamos tranquilos porque nada falta na mercearia da esquina ou no hipermercado do centro comercial mais próximo. Não nos damos ao trabalho de pensar como é que as coisas aparecem nas prateleiras. Ali, à mão de colher.
Há um crescente movimento silencioso pela reforma urbana a favor da coisa humana.
Lá, agora, são os “sem terra”. Cá, amanhã, serão os “sem emprego”. Em toda a parte, já, são muitos “sem” e poucos “com”.
Pede-se a melhor compreensão pela confusão que anda no ar, relativamente à localização do futuro aeroporto. Pode-se, desde já, garantir: seja na Ota ou no "Deserto", são os otários e os camelos do costume que contribuirão para o seu pagamento.
A solução ideal é construir os dois (um de cada lado) e acaba-se, de uma vez por todas, com a conversa. Assim passaríamos a ter 48 horas disponíveis para o tráfego aéreo.
Que seja constituido um grupo de trabalho para estudar o impacto dos investimentos nos futuros OGE's e PIB's nacionais.
De modo a evitar o aumento dos impostos decida, quem de direito, contactar as instituições bancárias no sentido de se acordarem linhas de crédito pré-aprovadas, destinadas aos contribuintes, com taxas mais favoráveis e prazos dilatados. Para o efeito, e em data a anunciar, o contribuinte deverá dirigir-se a qualquer agência bancária, apresentar o seu NIF e logo (após a assinatura de toda a documentação) será feito o crédito a favor do Estado.
Mais informações ou qualquer dúvida ligue para onde quiser ou vá a WWC.PT
Devia haver a preocupação em prolongar a vida e utilidade de muita coisa que largamos no lixo.
Mas para isso é preciso pensar a montante.
Caixas, latas, garrafas e frascos cumprem a sua função e depois...lixo. Quem manda não exige, quem faz não se preocupa e quem usa é que lhe dá destino.
Recordo as premissas em defesa do meio ambiente, os famosos 3 R's :
Reduzir - Reutilizar - Reciclar
Se, na hora de mandar a garrafa para o vidrão reparasse que estava perante uma pequena peça de arte, possivelmente hesitava e desfazer-se dela. Imagine-se que tinha gravado, peixes, flores, aves, poemas, frases célebres, títulos de filmes, caricaturas, etc.. Podia pintá-la, sobre esses motivos, e dar-lhe outra utilidade.
Os frascos podiam, igualmente, ser reutilizados, para guardarmos bijutarias , bugigangas, selos de correio, especiarias, doces, pins , fotos, botões, rebuçados, canetas, calendários, clipes, elásticos, ganchos, pregos, parafusos, etc.
Sejam críticos, criativos e conscientes.
Senhores empresários se não aplicarem arte e imaginação, não gravem nada nas tampas e nos vidros e nas latas. Bastam os rótulos. A vossa marca não se perde, bem pelo contrário.
Nesta foto aproveitei os frascos de iogurte da Adágio (que imitavam as tradicionais bilhas de leite), coloquei-lhes rolhas de cortiça e fiz o meu especiário .
Este foi o mail que recebi. Vale a pena ler, ver e pensar...
"Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famososviolinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos, numa estação de metro de Washington, de manhã, em hora de ponta, despertando pouca ou nenhumaatenção. A provocatória iniciativa foi da responsabilidade do jornal"Washington Post", que pretendeu lançar um debate sobre arte, beleza e contextos. Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivariusde 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares.
Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston,onde os melhores lugares custam 100 dólares, mas na estação de metro foi ostensivamente ignorado pela maioria.
A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante aoposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz ojornal, indicará que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.
"Foi estranho ser ignorado"
Bell, que é uma espécie de 'sex symbol' da clássica, vestido dejeans, t-shirt e boné de basebol, interpretou "Chaconne", de Bach, que é, na sua opinião, "uma das maiores peças musicais de sempre, mas também um dosgrandes sucessos da história". Executou ainda "Ave Maria", de Schubert, e"Estrellita", de Manuel Ponce - mas a indiferença foi quase total.
Esse facto, aparentemente, não impressionou os utentes do metro. "Foi uma sensação muito estranha ver que as pessoas me ignoravam", disse Bell,habituado ao aplauso. "Num concerto, fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas no metro as minhas expectativas diminuíram. Fiqueiagradecido pelo mínimo reconhecimento, mesmo um simples olhar", acrescentou.
O sucedido motiva o debate foi este um caso de "pérolas a porcos"? É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou tão-só uma opinião? MarkLeitahuse, director da Galeria Nacional de Arte, não se surpreende: "A arte tem de estar em contexto". E dá um exemplo: "Se tirarmos uma pintura famosa de um museu e a colocarmos num restaurante, ninguém anotará".
Para outros, como o escritor John Lane, a experiência indica a"perda da capacidade de se apreciar a beleza". O escritor disse ao "Washington Post" que isto não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante"
Fino e discreto, habitualmente de azul, é frequentador assíduo das nossas belas praias. Poucos os que dão ouvidos às campanhas para as mantermos limpas. Dom Contonete vai na corrente a faz-se ao mar. O mar, que tudo devolve, lança-o borda fora. De cabeça perdida ele se refugia na areia. Páre para pensar. Ouça bem, mas faça-nos um favor: VEJA ONDE PÕE O SEU LIXO.